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Nossa comunhão com os mistérios de Cristo

 

Portanto, se o homem encontra seu sentido meditando a vida de Jesus, a vida de Jesus aqui na Terra tem sentido por causa do homem.

Continuando a investigação acerca da nossa comunhão com os mistérios de Jesus, o Catecismo da Igreja Católica, no número 519, faz um resumo do que foi dito anteriormente. A saber:

"Toda a riqueza de Cristo 'é destinada a cada homem e constitui o bem de cada um'. Cristo não viveu sua vida para si mesmo, mas para nós, desde sua Encarnação 'por nós, homens e por nossa salvação' até sua Morte 'por nossos pecados' e sua Ressurreição 'para nossa justificação'. Ainda agora, Ele é 'nosso advogado junto do Pai', 'estando sempre vivo para interceder a nosso favor'. Com tudo o que viveu e sofreu por nós uma vez por todas, Ele permanece presente para sempre 'diante da face de Deus a nosso favor'."

Portanto, se o homem encontra seu sentido meditando a vida de Jesus, a vida de Jesus aqui na Terra tem sentido por causa do homem. É como consta do Dies Irae:

"Recordare, Jesu pie, quod sum causa tuae via: ne me perdas illa die. (recordai-vos, piedoso Jesus, de que sou a causa de vossa via; não me percais nesse dia.) Quaerens me, sedisti lassus: redemisti Crucem passus: tantus labor non sit cassus. (resgatando-me, sentistes lassidão, me redimistes sofrendo a Cruz; que tanto trabalho nã tenha sido em vão)."

Jesus veio ao mundo por e para o homem. Para servir de modelo ao homem, pois é o "homem perfeito". Aceitá-lo dessa maneira implica em uma mudança de vida, pois, configurando os fatos cotidianos à vida, aos sofrimentos que Jesus viveu, sem dúvida, ocorrá uma mudança de perspectiva. Todos os sofrimentos físicos ou morais que o homem possa sofrer em sua vida não se comparam com o que Jesus sofreu. Todas as situações da vida podem ser respondidas pela pergunta: o que Jesus faria nesse caso? E isso muda tudo. Todas as intercorrências da vida ganham nova dimensão e importância.

A Constituição "Gaudium et Spes" traz uma belíssima explanação de como se dá a atividade humana no mistério pascal que é, de certa forma, o resumo do que aqui está sendo exposto. A saber:

"O Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, fazendo-se carne e habitando na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a em si e recapitulando-a. Ele revela-nos que Deus é Amor e ensina-nos ao mesmo tempo que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor.

Dá, assim, aos que acreditam no amor de Des, a certeza de que o caminho do amor está aberto para todos e que o esforço por estabelecer a fraternidade universal não é vão. Adverte, ao mesmo tempo, que este amor não se deve exercitar apenas nas coisas grandes, mas antes de mais, nas circunstâncias ordinárias da vida.

Suportanto a morte por todos nós pecadores, ensina-nos com o seu exemplo que também devemos levar a cruz que a carne e mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça. Constituído Senhor pela sua ressurreição, Cristo, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, atua já pela força do seu Espírito nos corações dos homens; não suscita neles apenas o desejo de vida futura, mas, por isso mesmo, anima, purifica e fortalece também aquelas generosas aspirações que levam a humanidade a tentar tornar a vida mais humana e a submeter a esse fim toda a terra." (DS 4338)

Portanto, é possível reler a vida de Jesus (e imitá-la) na vida pessoal, em família, em comunidade; na vida do bairro, da cidade, do país e do mundo; na pastoral, na paróquia, na arquidiocese, na Igreja de todos os tempos. Do micro para o macrocosmo. Tudo pode ser lido, relido e imitado sob à luz do mistério de Cristo.

A Encarnação de Jesus Cristo é um acontecimento de tal imensidão que Deus quis prepará-lo durante séculos. (522) Todo o Antigo Testamento foi uma preparação para o que aconteceria na plenitude dos tempos, ou seja, a vinda do Filho de Deus à terra. Imediatamente antes desse acontecimento, aparece a figura de João Batista, que é chamado de precursor, ou seja, aquele que tinha como missão preparar o caminho do Senhor.

Atualmente, São João Batista é tido como um grande santo, intercessor de muitos milagres. Sem dúvida alguma. Contudo, a figura de João Batista não é muito simpática, por assim dizer. Ele expressa a vinda do Senhor que vem ao mundo por meio da austeridade, da penitência, da extrema e voluntária pobreza. É um homem severo, radical, por isso, pouco compreendido, até mesmo rude. Porém, ele encarna a figura dos grande penitentes da vida monástica da Igreja. E é sabido que a vida monástica só é possível por meio da austeridade da penitência. A Igreja tem inúmeros exemplos: São João Maria Vianney, São Pio de Pietrelcina e muitos outros, todos severos, austeros e que não tinham medo de chamar as pessoas à conversão, verdadeiros profetas que instam o povo à mudança de vida.

São João Batista, juntamente com a Virgem Maria são os grandes precursores da vinda de Jesus Cristo ao mundo. A exemplo dos grandes Padres do Deserto e, mais atualmente, dos cartuxos, sabidamente homens da estirpe de São João Batista são exteriormente duros, mas interiormente são homens de grande sensibilidade da alma, sensíveis às realidades divinas. Dela, não há o que dizer, é pura doçura, obediência e mansidão que, com seu sim, deu sua carne para Aquele que É e sempre Será o Sumo Bem.


Fonte da Notícia: Padre Paulo Ricardo - CIC Publicado: 16/09/2016
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